A Fundação Getúlio Vargas (FGV) emitiu no início da tarde desta sexta-feira, 20, uma nota de repúdio após polêmica envolvendo o artigo de um professor no jornal Folha de São Paulo.
No artigo, divulgado no dia 10 de outubro, o professor teria cobrado a Folha para que também se referisse a Israel como “terrorista”. A polêmica ganhou força nas redes sociais após a criação de um abaixo-assinado pedir à FGV “para que tome as medidas cabíveis para garantir a segurança de seus alunos e uma posição firme contra qualquer professor ou colaborador que se utiliza do nome da instituição para disseminar um discurso de ódio contra qualquer indivíduo ou minoria e para apoiar atos terroristas”. Até o momento da divulgação da nota da FGV, o abaixo-assinado já contava com mais de 8 mil assinaturas.
A polêmica também teria acalorado após a divulgação de um post no LinkedIn comparando o posicionamento do professor da FGV com o posicionamento (também público) de um professor do Insper, sendo este último condenando o Hamas e considerando seus atos como terroristas.
Na nota de repúdio divulgada pela FGV, a instituição condenou “todas as formas de terrorismo, crimes de guerra e crimes contra a humanidade” e também condenou os ataques feitos pelo Hamas, considerando-os como terroristas. A nota também ressalta que “as manifestações dos membros da comunidade acadêmica não representam, em nenhuma circunstância, as posições da Instituição”. A publicação nas redes sociais gerou diversas reações favoráveis e contrárias ao posicionamento oficial da FGV.
A nota de repúdio também pode ser conferida, na íntegra, a seguir:
As Escolas da FGV em SP vêm reiterar seu mais veemente repúdio a todas as formas de terrorismo, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Condenamos os hediondos ataques terroristas do Hamas contra a população civil de Israel, como o fez a representação brasileira no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Manifestamos nossa solidariedade e consternação a todos aqueles que têm perdido familiares, amigos ou membros de suas comunidades, vítimas de crimes bárbaros e repulsivos, praticados no contexto do conflito, que afetam de maneira cruel e desumana as populações civis israelense e palestina. Transmitimos a toda nossa comunidade, especialmente alunas e alunos, esta consternação e o compromisso com o acolhimento e cuidado de todos aqueles que se sentirem pessoalmente atingidos. Aspiramos ardorosamente que a paz seja estabelecida.
Nossa instituição tem um inarredável compromisso com os direitos humanos, os princípios do Estado Democrático de Direito, do pluralismo de ideias e da resolução pacífica dos conflitos. Não toleramos qualquer forma de discriminação, especialmente aquelas baseadas na cor, gênero, raça, religião ou origem, como antissemitismo ou islamofobia. Todos nossos esforços sempre foram e têm sido pela construção de uma comunidade acadêmica de
excelência, cada vez mais plural, inclusiva e vibrante.Em momentos de grande tensão e dissenso, como o que estamos vivendo, é necessário também reiterar nossos compromissos com a liberdade acadêmica e a liberdade de expressão, nos termos da Constituição de 1988, que são pedras fundamentais do ensino e da pesquisa de excelência em sociedades democráticas. Neste sentido é importante relembrar que as manifestações dos membros da comunidade acadêmica não representam, em nenhuma circunstância, as posições da Instituição.
As Direções das Escolas de Administração, Direito, Economia e Relações Internacionais
Nota oficial da FGV divulgada no Instagram e no site oficial da FGV EAESP.